Liderança

Consultores e outros picaretas almofadinhas do mundo corporativo pregam aos quatro ventos a ideia de que somente os líderes vencem. Dizem que líder é aquele que “inspira”, que “é um modelo”, ou “um exemplo”. É tanta baboseira que esses caras conseguem ganhar uma imensa quantidade de dinheiro com cursos e treinamentos inúteis de liderança, vendendo a ilusão de que bastam algumas dinâmicas de grupo para desenvolver líderes. Bullshit!

É verdade que somente os líderes vencem, mas o conceito de liderança vendido ao povão é equivocado. O Go Horse é contra todo esse tipo de baboseira porque nós, praticantes desta fenomenal metodologia de gestão de projetos, portfólios e pessoas, dominamos o conceito de liderança.

Para ser um líder, não é necessário participar de cursinhos estúpidos, basta partir da premissa correta de que liderança é a arte de oferecer o intangível em troca do tangível.

Explico. O leitor deve se desapegar de alguns conceitos errôneos que são intrínsecos à sua personalidade, provavelmente em função da maneira com que foi criado. Alguns conceitos de que o aspirante a líder deve desprender-se:

  • As pessoas são boas – Não! As pessoas são porcas e visam sempre o ganho individual incondicional;
  • Se você necessita que alguém lhe forneça algo, essa pessoa o fará de bom grado – Errado! ela o fará se, e somente se, ganhar algo em troca.

O bom líder é aquele que entende muito claramente todos os conceitos mencionados acima. Se tomarmos alguns projetos Go Horse clássicos, tais como a construção das Pirâmides do Egito, era papel do líder fazer com que os operários carregassem as pedras (algo tangível) em troca de não apanhar, ou apanhar menos (algo intangível).

Infelizmente, hoje em dia não é mais possível chicotear horses, de modo que a oferta intangível é um pouco diferente daqueles dias em que se construíram as maiores obras da História da Civilização.

Imagine a seguinte situação: um gerente quer que a peonada que reporta a ele trabalhe aos finais de semana. Há duas abordagens distintas que ele pode adotar.

Trocar o tangível pelo tangível (oposto de liderança). Exemplo:

É melhor você vir trabalhar no fim de semana, caso contrário perderá pontos. Quem manda nessa porra sou eu, e se você se recusar a vir trabalhar, ou insistir em cobrar horas extras, mandarei você embora no dia seguinte, pois se você não quer este emprego, tem muita gente que quer.

Lindo, não? Eu também gosto desta abordagem. O problema é que nem sempre ela funciona. Há casos em que os horses têm alta performance e sabem que têm crédito. Nesse caso, é melhor usar a tal da liderança, ou seja…

Trocar o intangível pelo tangível. Exemplo:

Você é um dos meus melhores colaboradores. Por favor, não diga a ninguém o que eu estou lhe dizendo agora: você faz parte de uma elite. Participar deste projeto não é para qualquer um, você é parte de um Tiger Team. Se fosse uma tarefa fácil, eu a delegaria a qualquer um, mas sei que com você eu posso contar. Não vai ser fácil e pode lhe custar alguns finais de semana, mas quando tudo acabar seu esforço certamente será altamente considerado por mim.

Perceba a sutileza. Partindo da premissa correta, a de que as pessoas são porcas, o gerente apela para aquilo que é muito caro a qualquer ser humano – o seu ego. Após inflar o ego do horse, o gerente oferece em troca algo intangível, o reconhecimento. O ego do horse está tão massageado que essas palavras o farão um bem maior do que o pagamento das horas extras.

Lembre-se: somente o Go Horse faz  mundo girar. Mudam as técnicas, mas a essência das pessoas e as melhores práticas serão sempre as mesmas.