Coaching

Mais uma palavra que virou modinha: coaching. Hoje em dia, todo o horse quer ter um mentor para ajudá-lo a se “desenvolver”. Um papinho muito bonito, mas que não condiz com a prática. Se você acredita que Coaching é uma ferramenta eficiente para a sua aceleração profissional, significa que você não captou a essência desta bela ferramenta Go Horse.

Na teoria, Coaching consiste na passagem de experiências e conhecimentos de um profissional sênior para um novato, visando a aceleração deste último. Altruísta, não? Mas na prática, a coisa funciona de forma diferente.

Faça um rápido exercício: pense, por um minuto, em todos os profissionais mais sêniores do que você que fazem parte do seu dia-a-dia. Agora, dentre esses profissionais, identifique aqueles que você gostaria de ter como mentor.

Eu costumo aplicar este mesmo exercício nas palestras que eu ministro, e, em média, 90 por cento das pessoas gostaria de ter como mentor um gerente ou diretor – ou seja – um membro do Círculo de Confiança.

Por que isso acontece? Com tanto profissional sênior, por que a maioria quer apenas aprender com gente do corpo gerencial? A resposta é tão simples quanto óbvia:

Não temos nada a aprender com os que não foram bem sucedidos. Queremos aprender com aqueles que conseguiram atingir uma posição em que se trabalha menos (ou nem se trabalha) e se ganha mais, e estes são os membros do Círculo de Confiança. Eles são mais espertos que os demais.

Tendo isso em mente, o que fazer para receber a bênção de ser apadrinhado por um gerente e, consequentemente, garantir o seu futuro? A dica: partir da premissa (correta) de que qualquer membro do Círculo de Confiança possui uma característica fundamental, que é a preocupação apenas consigo mesmo. Isso significa que gerente nenhum vai lhe ensinar apenas no amor  as artimanhas que o levaram a atingir seu status, mas somente o farão se receberem algo em troca – agora ou no futuro.

Mas você, um mero peão, o que tem a oferecer em troca? Simples: se você provar que é capaz de substituí-lo, ele lhe apadrinhará, pois sabe que, para que possa subir ainda mais, precisa de um sucessor. Tenha isso em mente e mostre que você é digno de uma posição no Círculo de Confiança levando seu chefe ao puteiro, participando de reuniões com gente importante e apropriando-se do trabalho alheio.

Sempre que eu apresento este tópico em minhas palestras, causo espanto na plateia. Às vezes, causo indignação. Me lembro até hoje de um garoto que me assistia e me acusou, ao fim da palestra, de ser um fascista por mostrar “tamanho desrespeito por profissionais sêniores que não são chefes”. Mas a plateia a que o garoto pertencia era composta pelos mesmos 90% que querem mentores gerentes e 10% que fogem desse padrão.

Portanto, não culpei nem julguei o garoto pela sua ingenuidade. Apenas lhe respondi: “moleque, enquanto houver grupos como este representado por esta plateia, o Go Horse viverá. Aceite as coisas como elas são”.